Quase dois anos passados das eleições autárquicas, não se pode dizer que se viva melhor na Freixianda, nem melhor nem pior vive-se na mesma.
A pintura de traços brancos na estrada da Perucha /Várzea do Bispo, alimentou a esperança que o sustento de mecânicos e bate chapas, fosse reparado, aliás quem fizer uma viagem de Lisboa a S.jorge não encontra um troço de estrada em tão mau estado como aquele. Com o tempo, os tracinhos brancos desapareceram e tudo ficou na mesma.
A limpeza das margens do rio Nabão foi proclamada como o primeiro dos grandes trabalhos da junta de freguesia e foi até apresentada, como já adjudicada, mas a verdade é que já lá vão alguns meses e não dá mostra de se iniciar.
Da actual junta saiu ainda a informação que o novo centro escolar era uma realidade estando a obra para se iniciar em breve, afinal por estes dias circulam rumores a dar conta da suspensão da obra, a ser verdade isto, o trabalho da junta até hoje pode ser resumido a um rotundo zero.
Contando que o alcatroamento da estrada Várzea/ Freixianda estava já agendada pela anterior junta, e que o carnaval e apoio aos peregrinos são fait divers sem qualquer efeito na vida real dos Freixiandenses, o arranjo da rotunda da Perucha será talvez a obra emblemática, desta junta.
As razões que levaram a tão pouca obra são fáceis de imaginar, pouca maturidade política dos membros da junta, fraco poder reivindicativo junto da câmara municipal, se realmente fossem independentes teriam outro peso junto de uma câmara que assim teria todo o interesse em os “agarrar”, mas como prescindiram desse peso no momento em que apoiaram Paulo Fonseca para presidente de câmara, agora pagam o preço desse apoio.
A própria câmara não está isenta de culpas é bom não esquecer que Paulo Fonseca ganhou na Freixianda e nada do que fez até hoje justificou esse voto de confiança de uma terra que era um bastião social-democrata e assim continua, como o resultado das presidenciais assim o demonstra. A diferença de tratamento entre as freguesias de Fátima e Freixianda é demasiado grande mesmo tendo em conta a diferente dimensão das freguesias, ao assinar um protocolo com o MVM, Paulo Fonseca assumiu publicamente a sua vontade de mudar o estado de abandono a que a freguesia tinha chegado, mas nada do que fez até hoje permite vislumbrar esse interesse em alterar o rumo que a freguesia levava no tempo do PSD e continua a levar.
Outras das causas são um auto-deslumbramento por parte do presidente de junta que ainda não se apercebeu da enormidade da tarefa que os Freixiandenses lhe depositaram, e parece ainda apenas gozar o título. Não basta ser o presidente da junta tem de se trabalhar como presidente de junta, ao invés de ter procurado juntar uma equipa coesa e de trabalho, tem um grupo de seguidores que o bajulam e nunca discordam das suas decisões, e lhe alimentam o ego, movendo perseguições insanas a quem ousar discordar do rumo (ou falta dele) que leva a nossa freguesia.
Não acredito que se mude seja o que for na freguesia, sim vamos continuar a ver alguns trabalhos da junta, limpezas de valetas pequenas obras etc., enfim trabalhos de gestão, mas o voto dos Freixiandenses foi um voto de protesto contra esse modo de gerir uma junta, queríamos é claro, obras que permitissem de facto a quem cá vive, viver melhor, é claro as desculpas são o estado da economia a crise e por aí em diante, mas o que é certo é que do outro lado do rio na Avanteira foi inaugurado um parque desportivo e de lazer, e o estado da economia é o mesmo.