quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O trigo e o joio

Atendendo à fatalidade da vida humana, de onde o facto mais relevante é a efemeridade da nossa condição, sabendo que o fim, numa perspectiva optimista, está para cada um à distância de alguns anos, ocorre-me considerar que o mais importante é a felicidade individual de cada um de nós.
Ser feliz não é algo muito complicado, assim queiram as pessoas. Não preciso de ostentar riqueza, de ser poderoso, admirado, invejado, nem tão pouco que os meus filhos tenham aulas de karaté, piano ou representação. Não preciso de uma grande casa e um carrão ou um telemóvel de última geração.
Só quero trabalhar e ser remunerado, gozar períodos de descanso, ser livre, ter acesso, para mim e para a minha família à educação, à justiça, aos cuidados de saúde e quando tiver sessenta e cinco anos espero ter uma reforma que me permita viver o resto dos meus dias com um mínimo de dignidade.

É isso que peço aos nossos governantes, de resto se sobrar, podem ficar com ordenados dez vezes superior ao meu, fiquem com os melhores carros, com casas de férias, negócios bilionários, reformas douradas aos cinquenta anos. O que quiserem, desde que não seja à custa dos meus humildes anseios.

Se para evitar a bancarrota do nosso estado tiver que vir o FMI ou outra qualquer organização para nos orientar, que venha. Mas a classe política deste país fica coberta, irreversivelmente, por um manto de vergonha…ou falta dela.

4 comentários:

  1. Os meus votos, sinceros, de que tenha o que pede. Não está a pedir nada de mais...Mas pedir isso aos "nossos governantes" leva-me a pensar que deve utilizar já um direito sagrado (o direito aos cuidados de saúde)...peça uma consulta de psiquiatria. Um abraço.

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  2. Por mais reformas que se fançam nunca seremos um pais pioneiro enquanto não mudarmos a mentalidade das nossas gentes, no dia em que seguirmos esta maxima: "o que posso fazer eu pelo meu pais" e não o contrario, ai sim seremos uma nação com futuro, onde poderemos ter todos os nosso direitos e chegar à idade da reforma com algo digno para viver, seguros de que cumprimos os nossos deveres, quer com as pessoas que nos rodeiam quer com o pais...

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  3. tenho concordar com fiel cao é mais facil tu teres que ir consulta psiquiatria que governantes deixarem de andar nos melhores carros dificilmente vem passar ferias Agrol serem defendidos por bons advogados,os filhos estudar escolas publicas a reforma que tu desejas eles já tem duas e três
    FMI acho que falta pouco para eles vir, vergonha nenhuma...

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  4. Boas,
    Apesar de entender a postura do autor do artigo, eu não posso aceitar que, entre outras coisas, haja gente que se reforma aos 55 anos enquanto eu tenho que trabalhar até aos 65. Não seremos toda gente? Pensam que somos bestas de carga?
    Um tipo que passou a vida sentado a uma secretária consegue a reforma aos 55 anos e o outro que toda a vida trabalhou nas obras, tem que andar mais dez anos a carregar baldes de massa e a descontar para pagar a reforma do primeiro. Isto meus amigos, é gozar com o pobre.
    Gostava de ver um político a criticar isto, por exemplo do BE ou do PCP, que são sempre tão defensores dos trabalhadores….
    Vou esperar sentado

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